07/02/2010

Avatar


Uma superprodução que estará concorrendo a nove categorais no Oscar. Um visual lindíssimo. Uma história onde se faz prevalecer a ética e a correção de valores. Esse é teor do filme Avatar.

O que diz a crítica? É interessante notar, por exemplo, que haja posições bem antagônicas. No jornal O GLOBO, por exemplo, temos o bonequinho aplaudindo de pé: "vai além de sua exuberância digitalizada" e o bonequinho dormindo "tirando o visual, não sobra quase nada".

Eu gostei bastante de Avatar...

Para quem ainda não assistiu ao filme, trata-se de um cenário futurista, com exibição em 3D, onde um grupo de terráqueos vai morar em Pandora, planeta habitado pelos Na'vi.


Respeitando todos os pontos de vista, eu o vejo como uma bela aventura épica e o advento, em nossas vidas, de uma nova ética, na verdade uma ética que remonta ao que deveríamos ter valorizado no passado da Humanidade. Seu foco está numa aliança entre capital e poder bélico, aliança essa que data de milênios. Assim como a corporação e os soldados mercenários do filme tentam à força retirar de suas terras os aborígenes do planeta Pandora, que possui riquezas minerais que os proprios índios desconhecem, os povos, no decorrer de toda nossa História, trataram de usurpar, à força, as terras e as riquezas de outros povos.

Assim, os espanhóis dizimaram dezenas de milhões de índios. E não só os espanhóis... os espanhóis, portugueses... Foi assim que o conhecimento e a cultura dos povos antigos se consumiram em chamas. Foi assim que o "homem branco" ocupou e tirou a vida de milhares de indígenas que viviam pacificamente nas Américas, em plena comunhão com a Natureza, pescando, caçando e respeitando o meio ambiente.


Que esse sentimento de pureza, correção e ética passado por Avatar prevaleça cada vez mais nos dias atuais !!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu realmente tenho sentimentos conflitantes sobre o filme. Como cinéfilo, acho uma baita conquista tecnológica. Os efeitos em 3d, absurdos, fizeram-me espantar algumas moscas que apareciam à frente.

De outro lado, o que percebo é um cinema americano "de raiz", em que - sim, propaga-se uma ética ambiental valorosa -, mas também uma ode à beligerância, mascarada pela ingenuidade dos Na´vi que, para sobreviver, precisam se utilizar das mesmas armas que seus conquistadores, precisam lutar como guerreiros insuperáveis, precisam sair de sua condição primeva de pacifismo ("rousseauniana", se assim podemos dizer) para outra, "hobbesiana", de selvageria extrema e desmesurada.

Obviamente que aquele que os conduz à vitória é, por sua força e valor, um americano. É um contrato social bem amarrado, ao que parece: repleto de barreiras alfandegárias...

Confesso que não sei, não. Mas o filme me deixou com a pulga atrás da orelha.

Em tempo, mas fora do compasso: parece que o Santos foi quem, definitivamente, acabou com Pandora, ganhando de 10 a 0 dos Na'viraienses...

Abraços!