31/10/2011

CRISE MUNDIAL

INTRODUÇÃO

Há pouco tempo, ouvimos algo que achávamos impensável acontecer: os Estados Unidos farão moratória, ou seja, não honrarão seus compromissos financeiros assumidos.

Essa crise americana gerou uma repercussão enorme em todo o cenário mundial produzindo um cenário tão interessante quanto complexo.

Vamos aos fatos e às razões dessa questão.


CRISE AMERICANA

O governo dos Estados Unidos, para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador, teve de fazer vários encontros e acordos políticos. O presidente Barack Obama afirmou em pronunciamento na Casa Branca que a falta de um acordo que permitisse elevar o teto da dívida do país traria problemas sérios à economia. No dia 2 de agosto, o Congresso ampliou o limite de dívida pública permitido ao governo. Caso contrário, os EUA poderiam ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas, isto é, haveria risco de calote.

A elevação do teto da dívida permitiu ao país pegar novos empréstimos e realizar pagamentos obrigatórios.

Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Isso acontece, porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.

Um eventual calote do país, que é considerado o pagador mais seguro do mundo, teria efeitos também para o Brasil: por exemplo, encareceria o custo de financiamento para bancos e empresas brasileiras, valorizaria o dólar e aumentaria o preço dos importados, o que geraria inflação.

O que é a dívida dos EUA

Assim como outros países - inclusive o Brasil - o Tesouro norte-americano emite no mercado financeiro papéis respaldados pelo governo para financiar as atividades do governo federal, como pagamento de funcionários e fundos de previdência.

No caso dos EUA, os títulos são conhecidos como Treasuries, comprados por investidores do mercado financeiro que são remunerados com juros: os títulos americanos são considerados os mais seguros do mundo e, por isso, atraem tantos investidores interessados em comprar seus papéis.

Para quem os EUA devem

Brasil, China, Japão, Reino Unido e os países exportadores de petróleo estão entre os maiores credores estrangeiros. Eles detêm 32% dos títulos da dívida pública dos Estados Unidos.

Segundo os números do Departamento do Tesouro, a dívida pendente dos EUA somava, no último dia 30 de junho, US$ 14,3 trilhões, dos quais US$ 4,6 trilhões eram "pastas intergovernamentais" e US$ 9,7 trilhões eram dívidas nas mãos do público.

Os EUA devem somente ao Brasil a quantia de US$ 187 bilhões. (Quem diria!!!!) O maior credor do país é a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida pelo Japão com US$ 882,3 bilhões, o Reino Unido com US$ 272,1 bilhões e os exportadores de petróleo com US$ 211,9 bilhões.

Outros grandes detentores de bônus e títulos da dívida americana são os bancos radicados no Caribe, que acumulam títulos no valor de US$ 169 bilhões, Taiwan com US$ 155 bilhões, Rússia com US$ 151 bilhões, Hong Kong com US$ 135 bilhões e Suíça com US$ 107 bilhões.

Por que a dívida está tão alta

O alto nível de endividamento dos EUA ainda reflete, entre outros fatores, efeitos da "ressaca" da crise financeira desencadeada em 2008 pela quebra do banco Lehman em 2008 pela quebra do banco Lehman Brothers ( veja o texto com essa explicação nesta seção do pH em Questão). Isso porque, em tempos de recessão, um país precisa de mais dinheiro para estimular a economia.

No caso dos EUA, o país emitiu mais papéis com o objetivo de ter dinheiro para evitar a falência de empresas e bancos em dificuldades, isentar e reduzir alguns impostos, e pagar benefícios sociais, como seguro-desemprego, mais necessários em épocas de demissões e cortes de pessoal.

A decisão de socorrer setores da economia que estavam em risco de falência endividou não só os EUA, mas também outros países que hoje enfrentam problemas com a dívida: Grécia, Irlanda e Itália, por exemplo.

Antes disso, os EUA já haviam gastado muito dinheiro ao longo dos anos para financiar guerras e ações militares. Iniciadas há quase dez anos, após os atentados de 11 de setembro de 2001, as operações norte-americanas no Afeganistão custam atualmente mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,1 bilhões) por semana aos cofres americanos, o que tem despertado cada vez mais críticas, tanto de republicanos quanto de democratas.

Obama X oposição

Por trás da discussão em torno dos números da dívida, há uma disputa política entre parlamentares do governo e da oposição.

A oposição republicana, adversária política de Obama, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata, com medidas como corte de benefícios sociais, que poderiam afetar a vida do cidadão americano comum.

A popularidade de Obama está baixa nos EUA, embora tenha tido um fôlego temporário com a morte de Osama Bin Laden.

O presidente norte-americano, por outro lado, quer sair do impasse sem frear ainda mais a economia. Obama disse concordar com maiores cortes de gastos e queria que os republicanos aceitassem algum aumento de impostos sobre os norte-americanos mais ricos. Eles recusavam.

Reclamação da China

A China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em bônus, pediu que os Estados Unidos adotem medidas mais responsáveis a fim de proteger os interesses dos investidores nos títulos do Tesouro americano (Treasuries).

"Nós esperamos que o governo norte-americano adote políticas responsáveis para proteger os interesses dos investidores", disse Hong Lei, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China.

Impacto internacional

Um ajuste fiscal tem efeitos na economia, por reduzir investimentos e a quantidade de recursos em circulação. Assim, a difícil recuperação do país pode sofrer ainda mais. Nações que exportam para os Estados Unidos tendem a vender menos para a maior economia do mundo em caso de recessão mais prolongada.

Países como a China e o Brasil têm a maior parte de suas reservas internacionais em títulos da dívida dos Estados Unidos. Esses papéis são considerados os mais seguros do mundo, quase sinônimo de liquidez nos mercados financeiros. Isto quer dizer que são os mais aceitos como garantia e os mais facilmente negociáveis. Em tempos de incertezas, investidores que querem fugir de riscos vendem ações de empresas ou títulos de outros países para se refugiar em aplicações da dívida do Tesouro norte-americano.


CONSEQUÊNCIAS NO BRASIL

Essa crise gerou, além de quedas bruscas na bolsa de valores, especulações que produziram uma alta no dólar.

A semana em que as bolsas de valores tiveram perdas enormes terminou em clima de relativa calma. Mas como esse assunto dominou as manchetes da imprensa no mundo inteiro, é natural que muita gente se pergunte: “Se eu não tenho dinheiro na bolsa, o que é que isso tem a ver comigo?”.

A cada novo dado divulgado lá fora, uma onda de reações que chega no Brasil. A Bovespa que na semana passada caiu 10%, conseguiu terminar esta semana no azul. Quando as ações caem, a empresa perde o estímulo para investir e crescer. É que, além do mercado consumidor estar menor, pode ser mais barato comprar uma concorrente no mercado do que colocar dinheiro em máquinas e obras para construir uma nova fábrica.

Por trás da montanha russa, há o medo de a economia mundial crescer menos ou até entrar em recessão.

As consequências da crise atingem também os cidadãos que trabalham e fazem compras em lojas comuns, por exemplo. É que, se houver desaquecimento da economia, as empresas vão produzir e vender menos e, portanto, empregar menos.

Os especialistas dizem que manter a economia interna girando é fundamental, principalmente porque, se a crise externa se agravar, o ritmo das exportações vai diminuir. Com o mercado mundial retraído, entrariam menos dólares no Brasil. E quando há menos dólares disponíveis, a cotação sobe.

Isso poderia ter efeito direto sobre a inflação, já que o preço de produtos como petróleo, soja e açúcar, por exemplo, varia de acordo com o dólar. A alta do câmbio chegaria também aos produtos importados que os brasileiros consomem.

HISTÓRICO DAS CRISES

A nossa bolsa de valores já passou por várias crises. Elas não são nenhuma novidade. Ao longo de seus 41 anos de vida, o Ibovespa (Índice Bolsa de Valores de São Paulo) enfrentou diversos períodos turbulentos, mas subiu mais de 3.500% desde 1968.

1º Choque do Petróleo - 1973

O choque se originou após a Guerra do Yom Kippur, entre Israel e os países árabes. Como os EUA haviam apoiado os israelenses na guerra, os árabes, que faziam parte do cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), decidiram interromper o fornecimento para os EUA, Europa e Japão. Com a redução da oferta, o preço do barril passou de 3 para 12 dólares em três meses. O período, que foi conhecido como o Primeiro Choque do Petróleo, causou uma forte recessão na economia mundial.

Na época o Brasil importava a maior parte do que consumia e sofreu sérias consequências. O primeiro choque nos apanhou completamente desprevenidos. O consumo aparente de petróleo em 1973 era de 870 mil barris/dia e a nossa produção própria não passava de 170 mil barris/dia. Todo o resto era importado e essas importações representavam aproximadamente 850 milhões dólares. Com a correção do preço, as despesas brasileiras com petróleo pularam de 850 milhões para 2,4 bilhões de dólares, em 1974. Isso causou uma evolução catastrófica na dívida externa e provocou o processo de estouro da inflação que perdurou até o 2º choque, em 1979.

No período do Milagre Econômico – 1968/1973 – o PIB brasileiro cresceu a médias anuais superiores a 10% e a bolsa despertava um forte interesse nos investidores brasileiros, mas o Choque contribuiu para que nossas bolsas (na época existiam 27 em todo o país) passassem por um longo período de estagnação. Houve uma grande fuga de capitais da bolsa e o mercado praticamente inexistiu até o surgimento do Plano Real. Durante todo esse período, o crescimento foi muito aquém do que poderia ter sido. O Governo reagiu devagar demais à crise. Optou por uma manutenção da estratégia de crescimento às custas do endividamento externo, acumulou uma divida muito alta que iria pesar muito nos anos 80. E ainda, não fez todos os investimentos adequados pra enfrentar a situação.

2º Choque do Petróleo - 1979

Também motivado por questões políticas, só que desta vez envolvendo apenas o Irã. O 2° Choque ocorreu em meio a Revolução Iraniana, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, que depôs o xá Mohammad Reza Pahlavi. A revolução acabou com a monarquia e o país passou a ser uma república islâmica. O período turbulento foi marcado por protestos e deixou o setor petrolífero do Irã devastado. O Irã era um dos maiores produtores do mundo, mas quando Khomeini assumiu a produção estava baixa devido aos conflitos, e aí se fez valer a Lei da Oferta e da Procura. Consequência: o preço do barril triplicou, passando de 12 para 36 dólares.

A situação no Brasil, que já não era das melhores ficou péssima. Em 1979, o país estava muito mais pobre e mais endividado do que em 1974. O Choque contribuiu para aumentar o tamanho da divida externa e nos transformar em um pais extremamente vulnerável.

Nos anos seguintes ao Choque, a situação só piorou. A dívida externa, que era de 70 bilhões de dólares em 1982, atingiu a cifra de 91 bilhões de dólares, em 1984. Paralelo a isso, nossa dívida interna também atingia valores astronômicos, passando de 6,7% do PIB em 1980, para 22,4% em 1984. Junto com as dívidas, a taxa de juros também era alta e atrativa aos investimentos em poupança, fato que fez a bolsa ser ofuscada pelos rendimentos atraentes que a renda fixa proporcionava.

Moratória mexicana - 1982

O México havia passado por um período de forte crescimento econômico nos anos 70, mas ainda possuía uma economia vulnerável e dependente dos EUA, que sofriam com as consequências das crises do petróleo Os norte-americanos passavam por um período de altas taxas de inflação e, para combatê-las, tiveram que aumentar sua taxa de juros.

Quando isso ocorreu, o México sentiu o efeito do crescimento da década anterior. Sua dívida externa atingiu níveis exorbitantes e o país declarou moratória. A chamada “Crise da Dívida” logo se alastrou para outros países da América Latina. O credito bancário brasileiro acabou. Houve uma revoada de capitais estrangeiros para fora do país e a economia ficou paralisada. Com capital saindo, o brasileiro não acreditando no Brasil e as perspectivas ruins, a bolsa andou totalmente de lado por todo esse período pós Milagre, pós Choques e pós Dívida, com muito pouco volume e interesse.

Segunda-feira negra - 1987

O dia 19 de outubro de 1987 ficou eternizado pelo colapso que afetou as bolsas de todo o mundo. O crash começou em Hong Kong, passou pela Europa e chegou a Nova Iorque. O índice Dow Jones registrou sua maior queda percentual da história em um único dia, com uma baixa de 22,6%. A principal causa desse crash está ligada ao “program trading”, que é o uso de computadores para executar estratégias de trading.

Os investidores usavam programas de computador que vendiam e compravam ações em um momento padrão. Isso, aliado ao comportamento irracional dos investidores, levou o mercado a essa grande anormalidade.

No Brasil o ano já havia começado conturbado, pois em janeiro, o então presidente José Sarney decretou moratória em função da impossibilidade de controlar a inflação e conter gastos. Em junho, o Plano Bresser congelou os preços, aluguéis e salários por 90 dias. O mercado de capitais brasileiro continuava irrisório, a inflação violenta e a moratória só acabaria no ano seguinte.

Plano Collor - 1990

Depois de Dow Jones em 1987, em 1990 foi a vez da Bovespa registrar sua pior baixa da história. Sob o efeito da divulgação do Plano Collor, o pregão fechou com uma queda de 22,26% no dia 21 de março. O governo sequestrou os ativos financeiros de todo mundo. Ficamos quatro meses parados e tivemos o pior resultado econômico desde a época de Pedro Álvares Cabral. Mais tarde o governo abriu as comportas e devolveu tudo. Resultado: a inflação voltou com tudo. Como Collor não tinha maioria parlamentar, pegou um pacote de medidas que achava que deveriam ser feitas e jogou a decisão para o Congresso, mas não discutiu nada e o Congresso engavetou o projeto. Foi falta de acordo político para fazer a reforma. No ano seguinte, porém, a Bovespa teve alta de 110%.

Crise do México - 1994/1995

Uma forte desvalorização atingiu o peso mexicano, que chegou a cair 60% em 15 dias. O país sofreu com a fuga de capitais e de investidores. A crise, que ficou conhecida como “Efeito Tequila”, atingiu vários países da América do Sul, dentre eles, o Brasil. Foi muito ruim para a bolsa. 

Havia uma certa euforia por causa do Real, o país achava que havia se livrado da inflação e que o crescimento voltaria rapidamente, mas a crise mexicana criou um problema enorme para nós, pois estávamos com o câmbio apreciado. Durante esse período os investidores sentiam que o Brasil poderia pedir moratória novamente. Em 1995, perdemos um bilhão de dólares por dia da reserva que era de 20 bilhões, durante 4 ou 5 dias. Em função disso o Banco Central elevou a taxa de juros porque os bancos estavam operando no mercado futuro de câmbios financiados em reais. Perdemos competitividade externa.

Crise asiática – 1997

A crise começou em 02 de julho de 1997, quando o baht, moeda tailandesa passou a flutuar e teve desvalorização imediata de 15%. Em menos de dois meses o mesmo aconteceu com a Malásia, Indonésia e Filipinas. Em agosto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou pacotes emergenciais de empréstimos à Tailândia, Indonésia e Coréia, fato que agravou a crise ainda mais. Em 1997 foi a primeira vez que o circuit breaker da Bovespa foi acionado e as quedas chegaram a 44% no segundo semestre. A crise asiática contribuiu para a crise russa no ano seguinte e para a brasileira, em 1999.

Crise russa - 1998

A Rússia sofreu muito com a crise asiática, principalmente com a desvalorização do preço das commodities, já que os principais produtos de exportação do país eram o petróleo e o gás. Paralelo a isso, a moeda russa, o rublo, desvalorizou-se mais de 50% em função da estratégia adotada pelo governo de deixar o câmbio flutuar. E para piorar a situação, o governo declarou moratória de 90 dias ao pagamento da dívida externa. Por aqui, o Ibovespa se desvalorizou 63%.

Crise do Brasil – 1999

A crise russa afetou diretamente os países emergentes, pois uma crise de confiança foi gerada sobre esses países, pois achava-se que o que havia acontecido com a Rússia poderia acontecer com eles. No Brasil, isso resultou em uma fuga maciça de capitais e como consequência, o governo não pode sustentar o regime cambial vigente e passou a deixar o real, que estava sobrevalorizado, flutuar. A ação resultou em uma queda expressiva da moeda brasileira. A cotação passou de US$1,21 em janeiro para US$1,90, em março e o mercado operou em baixa por oito meses consecutivos, chegando a perder 38%.

No entanto, a longo prazo essa estratégia foi determinante para o crescimento da economia brasileira.

Bolha da internet – 2000

Também conhecida como a bolha das empresas “pontocom”, essa crise ocorreu durante o boom da internet entre os anos de 1995 a 2001. Com o crescimento da rede, as empresas listadas na Nasdaq passaram por uma supervalorização, fato que contribuiu para o surgimento de milhares de outras empresas ligadas à internet, interessadas em abocanhar uma fatia do crescimento surreal que o mercado virtual vivia. No dia 10 de março de 2000, a Nasdaq chegou ao pico de 5048 pontos, o que correspondia a um crescimento de mais de 100% no período de um ano. Com toda essa especulação, o desfecho dessa história não poderia ser diferente. A bolha estourou! Milhares de empresas foram destroçadas e muitos investidores perderam verdadeiras fortunas.

A crise tirou 5 trilhões de dólares do valor de mercado das empresas de tecnologia entre março de 2000 e outubro de 2002. Até hoje a Nasdaq não se recuperou do tombo, pois opera em torno dos 1500 pontos.

World Trade Center – 2001

Os ataques terroristas às torres gêmeas causaram consequências graves a Wall Street. Após o atentado de 11 de setembro, a Bolsa de Nova Iorque ficou quatro dias sem operar, registrando perdas de 590 bilhões de dólares na sua reabertura. O índice Dow Jones teve seu pior desempenho em pontos na história, caindo 14,3% em uma semana. No Brasil, o Ibovespa chegou a cair 7,26% no dia 13 de setembro. O ano foi marcado também pela crise na Argentina, o apagão energético no Brasil e o escândalo financeiro da Enron, nos EUA. A combinação desses fatores fez a Bovespa cair 60% em oito meses, mas recuperou-se rapidamente. Em três meses já havia superado as perdas.

Lula – 2002

As eleições presidenciais anunciavam uma tragédia, ao menos para os investidores estrangeiros. A eleição de Lula causou um temor mundial sobre a possibilidade de o governo mudar os rumos da economia e adotar os ideais petistas. O medo levou o Risco Brasil ao patamar recorde de 1.227 pontos, o dólar atingiu a cotação histórica de 4 reais e o Ibovespa sofreu uma baixa de 65% entre janeiro e outubro de 2002.

O mercado só se acalmou quando percebeu que o novo governo daria continuidade às políticas econômicas da gestão FHC.

A crise do subprime foi a última antes dessa atual (detalhes dela em outro texto dessa seção).

CONCLUSÃO

A crise que se alastrou pelo mundo ainda demonstra estar longe de seu fim. Muito se discute sobre quais serão as consequências do atual momento. Alguns falam que o pior já passou e outros falam que o pior está por vir. Só o tempo irá dizer quem tem razão, mas o que é preciso entender é que crises são cíclicas. Já passamos por várias e muitas ainda virão, pois elas fazem parte do mercado e se repetem de tempos em tempos. O importante é estar preparado para enfrentá-las.