17/07/2009

O Pi e o Phi

Todos nós já ouvimos falar em número pi.

É o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro (equivale a 3.14159... e é aproximado como 3,14 ).
Quando li o livro O Código da Vinci, notei a referência feita ao número phi e resolvi pesquisar esse número de forma detalhada.

O número phi corresponde a 1,618. O número phi (letra grega que se pronuncia "fi"), apesar de não ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante.

Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal. Os gregos criaram então o retângulo de ouro. Era um retângulo, no qual o lado maior era dividido pelo lado menor, e a partir dessa proporção tudo era construído.

Assim eles fizeram o Parthenon... a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade dividida pelo comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618.

Os Egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides: cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo, a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da terceira fileira e assim por diante.

Durante milênios, a arquitetura clássica grega prevaleceu. O retângulo de ouro era padrão, mas depois de muito tempo veio a construção gótica com formas arredondadas que não utilizavam o retângulo de ouro grego.

Em 1200 Leonardo Fibonacci, um matemático que estudava o crescimento das populações de coelhos, criou aquela que é provavelmente a mais famosa sequência matemática, a Série de Fibonacci. A partir de 2 coelhos, Fibonacci foi contando como eles aumentavam a partir da reprodução de várias gerações, e chegou a uma sequência em que um número é igual a soma dos dois números anteriores:

1 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89...

1
1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13=34

E assim por diante...


Agora vejam as coincidências da nossa vida com a matemática :

A primeira "coincidência": a proporção de crescimento média da série é...1,618. Os números variam, um pouco acima às vezes, um pouco abaixo, mas a média é 1,618, exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos gregos. Então, essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova idéia de tal proporção que os cientistas começaram a estudar a natureza em termos matemáticos e começaram a descobrir coisas fantásticas.

-A proporção de abelhas fêmeas em comparação com abelhas machos numa colmeia é de 1,618;

-A proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol é de 1,618;

-A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais das sementes de um girassol é de 1,618;

- A proporção em que se diminuem as folhas de uma árvore a medida que subimos de altura é de 1,618;

E não só na Terra encontra-se tal proporção.

Nas galáxias, as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo a proporção de 1,618; também por isso, o número phi ficou conhecido como A DIVINA PROPORÇÃO.

Por volta de 1500, com o Renascentismo, a cultura clássica voltou à moda... Michelangelo e, principalmente, Leonardo da Vinci, colocaram esta proporção natural em suas obras.

Mas Da Vinci foi ainda mais longe; ele, como cientista, pegava cadáveres para medir a proporção do seu corpo e descobriu que nenhuma outra coisa obedece tanto à DIVINA PROPORÇÃO do que o corpo humano...

Por exemplo:

- meça sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até o chão; o resultado é 1,618.

- meça seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até o dedo; o resultado é 1,618.

- meça seus dedos, ele inteiro dividido pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a ponta dividido pela segunda dobra. O resultado é 1,618;

- meça sua perna inteira e divida pelo tamanho do seu joelho até o chão. O resultado é 1,618;

-A altura do seu crânio dividido pelo tamanho da sua mandíbula até o alto da cabeça. O resultado 1,618;

- Da sua cintura até a cabeça e depois só o tórax. O resultado é 1,618;


É importante enfatizar que devem ser levados em conta erros paralaxes, ou seja, erros de medida da régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição.

Tudo, cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção.

Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, árvores, arte e o homem; São coisas teoricamente diferentes, todas ligadas numa proporção em comum.

Será tudo isso uma coincidência?

Os Nossos Sonhos

Quantas vezes julgamos uma pessoa pela sua simples aparência, sem dar oportunidades de ela poder mostrar toda a sua capacidade ?

Uma dessas situações que gostaria de comentar aqui é o caso bastante conhecido de Susan Boyle. Ela me foi apresentada numa das aulas do MBA de Comportamento Organizacional. Para quem não sabe de sua história, eis um resumo:

Susan é escocesa. Tem 47 anos. Desempregada. Solteira. Cuidou de mãe moribunda até 2007. Vive com um gato. Frequenta a igreja fazendo parte do coral.

O aspecto não é promissor. Simplória. Aldeã. Mas com demasiados sonhos na cabeça.

Quando entrou no palco do programa “Britain’s Got Talent”, mais um desses shows de TV para revelar talentos musicais anônimos, a plateia riu com seus modos um pouco grosseiros.

Um dos membros do júri, em pose condescendente, começou as hostilidades com um “What’s your name, darling?”, e “darling”, no presente contexto, é de um paternalismo arrepiante. Susan Boyle respondeu o nome e, depois, o nome da pessoa que ela gostaria de ser na música: Elaine Paige. Nem mais. A diva dos musicais londrinos que já trabalhou com toda a gente que é gente. Risos mil.

Então soltaram a música. A audiência e o júri prepararam-se para o pior. E o pior veio, mas não exatamente como eles esperavam.

Susan Boyle cantava. Bem. Demais. A música, “I Dreamed a Dream”, tema do musical “Les Misérables”, era agora servida por capacidade vocal impressionante. Mas não apenas por capacidade vocal impressionante. A interpretação de Susan Boyle conferia à canção uma intensidade que fez desabar o teatro em choros e aplausos. De Londres a Nova York, passando pelos milhões de internautas no YouTube, Susan Boyle é apresentada como a nova Elaine Paige.

Susan Boyle é um caso de talento natural evidente. Mas o que verdadeiramente me impressionou em toda essa história não foram apenas os dotes naturais daquela voz. Também não foi o gritante abismo entre a forma e o conteúdo – ou, se preferirem, o clichê romântico do patinho feio que se revela um cisne. O que impressionou foi a escolha da canção e as palavras que a canção encerra, um pormenor que parece ter sido ignorado pela humanidade circundante.
“I Dreamed a Dream”, uma das raras canções audíveis de “Les Misérables”, não é apenas um tema sobre sonhos desfeitos. É um tema sobre a “Sorte”, palavra que, numa aula de filosofia, aprendi que os gregos conheciam bem.

De acordo com a ideologia reinante, o que somos, o que temos e o que fazemos depende unicamente de nós. A felicidade humana é uma construção pessoal que exige método e esforço. Isso implica, inversamente, que a infelicidade é o resultado da nossa incapacidade para sermos felizes. Haverá pensamento mais perverso?

Não creio. E, no entanto, ele é repetido, dia após dia, numa sociedade que se sente infeliz por não ser feliz, como se a felicidade não fosse também um produto de contingências várias, que escapam ao controle dos homens. O produto, no fundo, de oportunidades que vieram ou não vieram; da ação ou da inação de terceiros; e das mil vidas que poderíamos ter tido.
Como no tema musical que Susan Boyle canta com a intensidade própria de quem explica a sua biografia, os nossos sonhos não dependem só da nossa autonomia.

Dependem dos “tigres da noite” ou das “tempestades imprevistas” que tantas vezes os envergonham e despedaçam.

Quando a febre passar e Susan Boyle regressar à aldeia e ao anonimato, a memória que deve ficar não é a de um talento escondido que teve os seus 15 minutos, ou 15 horas, ou 15 dias de fama.

O que deve ficar é a lição grandiosa de uma mulher que, na sua tocante simplicidade, disse que ia cantar o que provavelmente aprendeu com a vida. Que o inferno ou o paraíso, longe de serem prêmios exclusivamente humanos, repousam também nas mãos do destino.

Quem ainda não teve a oportunidade de ver essa apresentação maravilhosa ou quem desejaria revê-la, clique aqui.

Dirran

Jogava o Atlético Potengi contra o Potyguar, no Machadão, pelo Campeonato do Rio Grande do Norte, e um jogador atleticano se destacava fazendo dribles desconcertantes, lançamentos perfeitos e marcando gols.
E o "speaker" da Rádio Poti se esgoelava:
— Dirran é craque! Dirran é a grande revelação norte-riograndense...
Diante do estardalhaço, um jovem e intrépido repórter da Rádio Poti decidiu entrevistar Dirram, na saída do gramado:
— Você tem parentes na França? Esse seu nome é de descendência francesa?
E o jogador, rindo com a inocência do foca:
— Não, meu filho, meu apelido é C... de Rã, mas, como não podem falar isso
no rádio, eles abreviam... Pano rapidíssimo!
(Fonte: jornal O Globo)

O curso "The Book is on the Table"

O Brasil sediará a Copa de 2014.
Como muitos turistas de todo mundo estarão por aqui, é imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular, o inglês) para a melhor comunicação com eles.
Pensando em auxiliar no aprendizado, foi formulada uma solução prática e rápida! Chegou o sensacional e insuperável curso "The Book is on the Table", com muitas palavras que você usará durante a Copa do Mundo de 2014. Veja como é fácil!
a) Is we in the tape! = É nóis na fita.
b) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.
c) I am more I. = Eu sou mais eu.
d) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?
e) Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!
f) She is full of nine o'clock. = Ela é cheia de nove horas.
g) I am completely bald of knowing it = Tô careca de saber.
h) Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!
i) I will wash the mare. = Vou lavar a égua.
j) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!
k) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!
l) Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.
m) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.
n) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!
o) To give one of John the Armless. = Dar uma de João-sem-Braço.
Gostou? Quer ser poliglota?
Na compra do 'The Book is on the table' você ganha inteiramente grátis o incrível "The Book is on the table - World version"!
Outras línguas:
CHINÊS
a) Cabelo sujo = chin-champu
b)Descalço = chin chinela
c) Top less = chin-chu-tian
d) Náufrago = chin-chu-lancha
f) Pobre = chen luz, chen agua e chen gaz
JAPONÊS
a) Adivinhador = komosabe
b) Bicicleta = kasimoto
c) Fim = saka-bo
d) Fraco = yono komo
e) Me roubaram a moto = yonovejo m'yamaha
f) Meia volta = kasigiro
g) Se foi = non-ta
h) Ainda tenho sede = kiro maisagua
OUTRAS EM INGLÊS:
a) Banheira giratória = Tina Turner
b) Indivíduo de bom autocontrole = Auto stop
c) Copie bem = copyright
d) Talco para caminhar = walkie talkie
RUSSO
a) Conjunto de árvores = boshke
b) Inseto = moshka
c) Cão comendo donut's = Troski maska roska
d) Piloto = simecaio patatof
e) Prostituta = Lewinsky
f) Sogra = storvo
ALEMÃO
a) Abrir a porta = destranken
b) Bombardeio = bombascaen
c) Chuva = gotascaen
d) Vaso = frask
(FONTE – jornal ZERO HORA)

O Gordo e o Magro

Num assassinato, os suspeitos foram o Gordo e o Magro. O culpado foi o Magro. Por quê? Porque o que não mata engorda!

(Fonte: jornal O Estado de São Paulo)

01/07/2009

Dormir para Aprender

Introdução

Convivendo muitos anos com crianças e adolescentes, pude perceber que o gerenciamento do sono é uma das suas maiores dificuldades. Dormir tarde, “virar noites” e trocar o dia pela noite são hábitos comuns que dificultam muito o aprendizado deles.

Aproveitando entrevistas com profissionais da área e artigos lançados, mostro abaixo que a ciência enfatiza que o sono é essencial à consolidação da memória e ao desempenho intelectual.


Os estudos

A medicina está conseguindo agora, em primeiro lugar, explicar a origem físico-química desse efeito. Mas, principalmente, as pesquisas atuais ajudam a estabelecer um cronograma das horas do dia nas quais a pessoa estará mais apta a aprender. Esse cronograma, claro, depende de como a noite anterior foi aproveitada. Em segundo lugar, está ficando cada vez mais nítido o processo pelo qual o cérebro humano seleciona e armazena as milhares de informações adquiridas durante o dia. Isso se dá durante o sono. Cada etapa do sono é usada pelo cérebro para estocar determinado tipo de informação. As musicais são gravadas logo nos primeiros minutos. Aquelas ligadas ao pensamento lógico e matemático são registradas durante as etapas finais dos ciclos do sono, marcadas pela movimentação veloz dos olhos sob as pálpebras e permeadas de sonhos. Essa é a chamada fase REM, a sigla em inglês para rapid eye movement.

Vários estudos mostram os danos à memória provocados por uma noite mal dormida e como tudo melhora depois de um bom período de descanso. Um grupo de pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, traduziu essa situação em números. O estudo de Harvard, apresentado no último congresso da Academia Americana de Neurologia, é o mais abrangente sobre o assunto já feito com voluntários. Eles foram monitorados ao longo de seis meses. Ao cabo de oito horas seguidas de sono, os voluntários da pesquisa de Harvard lembravam, em média, 44% mais fatos aprendidos no dia anterior em comparação com aqueles privados de sono.

Abaixo, mostro um quadro comparativo da rotina de duas pessoas: uma que dorme 8h e outra que só dorme 5h. Clique nele para aumentá-lo, se preferir!


Informações privilegiadas

Ao investigarem a memória durante o sono, os especialistas obtiveram ainda respostas sobre o processo de seleção de informações que ocorre quando o cérebro está em estado de repouso noturno. Trava-se ali uma competição frenética entre as informações assimiladas. Qual o critério de decisão para separar as informações valiosas o suficiente para serem guardadas daquelas descartáveis? A neurociência hoje pode responder com certeza a essa questão. A resposta é surpreendente. As informações absorvidas quando a pessoa está sob algum tipo de emoção forte são justamente aquelas aptas a conquistar, durante a noite, um lugar definitivo no cérebro. Por essa razão, as pessoas tendem a se lembrar em profusão de detalhes dos mais lindos momentos da vida, mas também dos mais desagradáveis. A emoção é a chave de entrada das informações no neocórtex. Quando em excesso, a emoção pode ter efeito diametralmente oposto. Razão pela qual as pessoas não se recordam de instantes finais de acidentes ou mesmo reprimem incoscientemente as lembranças de fatos aterrorizantes.

Dormir para aprender

Esse conjunto de conclusões sobre o sono derruba definitivamente a velha - e equivocada - teoria segundo a qual sua exclusiva contribuição ao aprendizado seria a de proporcionar ao cérebro um momento de descanso, ao protegê-lo das influências externas. Com o ocaso da antiga teoria, surge uma nova, a da “inatividade” noturna como vital para o armazenamento das informações acumuladas no decorrer do dia.

Por meio de pesquisas, percebem-se os períodos mais indicados ao trabalho mental.

São dois, principalmente. Um deles, o da parte da manhã, ocorre mais ou menos duas horas depois do despertar. Nesse momento, o corpo libera uma quantidade maior de hormônios estimuladores dos neurônios. O cérebro chega, então, ao auge de sua atividade - e permanece assim por mais quatro horas. Uma das descobertas mais recentes, feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, flagrou situação igualmente positiva cerca de doze horas depois do despertar, quando ocorre no cérebro a produção acelerada de um tipo de proteína cuja concentração estimula as conexões entre os neurônios. Foi possível observar justamente nesse momento - e nas três horas seguintes a ele - uma espécie de replay das informações aprendidas ao longo do dia, fenômeno batizado de “reverberação” pelos cientistas. Afirma um dos autores do trabalho, o neurocientista Iván Izquierdo, argentino radicado no Brasil: “Esse momento de replay é a hora mais favorável para fazer uma revisão de matéria aprendida em outros momentos do dia”.

O Sono e a Memória

Abaixo mostro as cinco fases do sono relacionadas à nossa memória. Além do aprendizado, também a memória motora e a espacial se consolidam à noite, cada qual numa fase do sono. Mais uma vez, clique na imagem, se quiser aumentá-la:



Certos hábitos noturnos também têm influência - positiva ou negativa - sobre o aprendizado, e os cientistas já sabem como explicar isso. Para 90% das pessoas, o repouso ideal tem a duração de oito horas. É o tempo necessário para concluir cinco ciclos de sono - um padrão favorável tanto ao descanso como à memória. Há quem alcance o mesmo efeito antes disso, mas é uma minoria. Ainda segundo as pesquisas, o melhor sono para o aprendizado se encerra por volta das 6 da manhã. Por duas razões. Primeiro, porque o corpo está biologicamente “programado” para o repouso até essa hora. O segundo motivo: quem acorda mais cedo consegue aproveitar todos os picos de aprendizado. Quem sai da cama por volta das 8 da manhã tem o período favorável à atividade intelectual reduzido em 20%. Há um certo consenso sobre a impossibilidade de compensar mais tarde o tempo de atividade máxima perdido pela manhã. Por volta das 9 da noite, o corpo começa a liberar hormônios indutores do sono e os neurônios de novo se preparam para as funções noturnas. Diz John Fontenele Araujo, do laboratório de cronobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: “Estudo depois dessa hora é sempre menos produtivo”.

As crianças precisam de mais tempo para armazenar na memória a vasta quantidade de informações ao longo do dia e para produzir hormônios de crescimento. Dos 5 aos 12 anos, deve-se dormir em média 10 horas seguidas.

Solução no sono

Quando fiz vestibular me lembro de uma situação inusitada. Antes de dormir estava estudando matemática e não conseguia resolver um determinado problema. Fui dormir e, quando acordei, tinha a solução.

Essa situação se encaixa no estudo abaixo feito na Universidade Harvard.

Ele mostra os neurônios durante o sono fazendo conexões entre informações aparentemente díspares ou adquiridas em situações diferentes. “Isso explica o fato de muita gente acordar com a sensação de ter tido uma brilhante ideia enquanto dormia”, disse o neurocientista Robert Stickgold, coordenador da pesquisa. Muitas foram as soluções arquitetadas durante a noite por sábios da história. O químico russo Dmitri Mendeleiev (1834-1907) teve o clique decisivo para criar a tabela periódica dos elementos durante o sono. O canadense Frederick Banting (1891-1941), um dos agraciados com o Prêmio Nobel pela descoberta da insulina na década de 20, contou ter sonhado com a solução. O caso mais intrigante é o do alemão Friedrick Kekulé (1829-1896). Debruçado sobre os mistérios da química orgânica, ele saiu-se com a estrutura da molécula de benzeno depois de sonhar com a forma arredondada de uma cobra devorando a si mesma. À luz das novas descobertas, talvez não seja assim tão inútil passar um terço da vida dormindo.

O Sono dos gênios

A ciência do sono nem sequer existia quando alguns dos maiores gênios da história já intuíam que, de algum modo, o repouso tinha papel fundamental em seus inesgotáveis processos criativos. Cada um adotou uma rotina de descanso própria, por vezes excêntrica, em busca do sono perfeito. Três exemplos:


LEONARDO DA VINCI
(1452-1519)

O pintor da Mona Lisa e idealizador do princípio do voo do helicóptero perseguia o descanso da mente com uma rotina incomum: trocava o sono noturno por cochilos de quinze minutos a cada duas horas.



THOMAS A. EDISON
(1847-1931)


O inventor da lâmpada mantinha um diário onde avaliava a qualidade do sono na noite anterior. Não queria perder tempo. Não passava mais de três horas na cama.



ALBERT EINSTEIN
(1879-1955)

Ele "hibernava" dez horas seguidas todas as noites, exceto quando estava às voltas com uma nova ideia. Nessas ocasiões, premiava-se com uma hora extra na cama.

Quando o remédio é dormir

As pesquisas sobre os efeitos das mudanças de hábito noturno já têm aplicação terapêutica em diversos casos.

Problema: falta de concentração.
Quando é mais frequente: na infância.
Como o sono pode ajudar: a mais abrangente pesquisa sobre o assunto, conduzida pelo Hospital Sacré Coeur, do Canadá, concluiu que o hábito de dormir dez horas seguidas reduz em 40% o risco de uma criança apresentar problemas de concentração. Para aquelas com dificuldade em dormir tanto, o estudo indica uma hora de atividades físicas diárias - cientificamente reconhecidas como um ótimo estimulante do sono infantil.

Problema: dificuldade em resolver questões que envolvem raciocínio lógico.
Quando é mais frequente: na adolescência.
Como o sono pode ajudar: promove um necessário momento de descanso aos neurônios. Um estudo da Universidade Harvard mostra que, quando alguém passa dezoito horas seguidas sem dormir, perde cerca de 30% da capacidade de resolver problemas que exigem raciocínios complexos. Por essa razão, o melhor é fazer uma pausa noturna e só retomar os estudos pela manhã. A pesquisa revela que o desempenho intelectual melhora depois disso.

Problema: perda da capacidade de memória.
Quando é mais frequente: a partir dos 60 anos.
Como o sono pode ajudar: uma das causas para a redução da memória nessa faixa etária é que o sono se torna mais leve e a fase REM - justamente durante a qual se consolida a memória de longo prazo - passa a durar 50% menos tempo. A saída, dizem os cientistas, é esticar o número de horas na cama. Aos 60 anos, as pessoas dormem, em média, cinco horas. O ideal para a memória seriam pelo menos oito.

Ponteiros trocados


Especialistas esclarecem por que certos hábitos noturnos podem interferir no aprendizado em três situações:

1) Acordar ao meio-dia: As pesquisas mostram que o melhor sono é até as 8 horas, quando fatores como a temperatura mais baixa do corpo e a menor luminosidade contribuem para o descanso. O desajuste nos ponteiros ainda encurta os períodos mais favoráveis do dia ao aprendizado.

2) Dormir menos de oito horas: Não são todas as pessoas que precisam dormir oito horas seguidas, mas essa é a média de tempo que 90% delas levam para passar por cinco ciclos completos de sono - o que é o ideal. Depois da conclusão de cada ciclo, são dois os efeitos positivos ao aprendizado: o descanso da mente e a consolidação da memória.

3) Trocar a noite pelo dia: O sono diurno não é tão benéfico quanto o noturno. À noite, a produção de hormônios fundamentais à realização de funções vitais é mais intensa e os períodos de sono REM são mais longos. Como é justamente nessa fase do sono que ocorre o processo de consolidação da memória, é melhor dormir à noite.


Conclusão

Durma bem! Durma o necessário!

Medicina - "caso de humor" para meditação dos médicos

CASO VERÍDICO: "PODE ME DAR NOTÍCIA DO CELSO?"

- Bom-dia, é da recepção? Eu gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre um paciente. Queria saber se certa pessoa está melhor ou piorou...
- Qual e o nome do paciente?
- Chama-se Celso e está no quarto 302.
- Um momentinho, vou transferir a ligação para o setor de enfermagem...
- Bom-dia, sou a enfermeira Lourdes. O que deseja?
- Gostaria de saber as condições clínicas do paciente Celso do quarto 302, por favor!
- Um minuto, vou localizar o médico de plantão.
- Aqui é o Dr. Carlos plantonista. Em que posso ajudar?
- Olá, doutor. Precisaria que alguém me informasse sobre a saúde do Celso que está internado há três semanas no quarto 302.
- Ok, meu senhor, vou consultar o prontuário do paciente... Um instante só! Hummm! Aqui está: ele se alimentou bem hoje, a pressão arterial epulso estão estáveis, responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado do monitor cardíaco até amanhã. Continuando bem, o médico responsável assinará alta em três dias.
- Ahhhh, Graças a Deus! São notícias maravilhosas! Que alegria!
- Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, certamente da família!?
- Não, sou o próprio Celso telefonando aqui do 302! É que todo mundo entra e sai desta m... deste quarto e ninguém me diz p... nenhuma. Eu só queria saber como estou.....
(fonte : Folha de São Paulo)