27/03/2012

Mal de Alzheimer


Introdução

Lembro-me como se fosse hoje. Estava no MBA, sábado, 8h, e a professora de Habilidades e Comunicação passou o vídeo abaixo. Ela disse que era uma homenagem ao seu pai, que tinha essa doença. Comecei a chorar e pedi a Deus muita sabedoria e paciência para dar a atenção que o meu pai merecia. Ele está com o Mal de Alzheimer...


É muito difícil você ver o seu pai, o seu ídolo, a pessoa que tanto você ama não poder mais se “comunicar” com você.

Pesquisei e coloco abaixo um pouco dessa doença. Mais como um desabafo. Mais como um filho que vê os anos passarem, e não pode fazer nada além de dar um conforto espiritual, financeiro e carinho ao seu ídolo. Mais como uma homenagem ao Dr. Nestor Gomes de Sá, que não me conhece mais, não conhece os seus netos, que não sabe onde mora, não sabe qual o seu time do coração...

Como é difícil, pai...


Histórico

O Mal de Alzheimer, Doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer é uma doença degenerativa atualmente incurável mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e sua família. Foi descrita, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome. É a principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos mas sua prevalência aumenta exponencialmente com os anos sendo de 6% aos 70, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.


Meu pai entrou nessa estatística dos 30%. Aos 83 anos verificamos os primeiros sintomas que em sua terra eram chamados de caduquice. A pessoa está ficando caduca...

Muitas vezes ele estava com Alzheimer.


Sintomas

As áreas mais afetadas são as associadas a memória, aprendizagem e coordenação motora. Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, mas existem pontos em comum, por exemplo, o sintoma primário mais comum é a perda de memória. Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de estresse. Quando a suspeita recai sobre o Mal de Alzheimer, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos e radiológicos. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão mental, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. Antes de se tornar totalmente aparente o Mal de Alzheimer vai se desenvolvendo por um período indeterminado de tempo e pode manter-se não diagnosticado e assintomático durante anos.

A evolução da doença está dividida em quatro fases.

Primeira fase dos sintomas

Os primeiros sintomas são muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento natural ou com o estresse. O sintoma primário mais notável é a perda de memória de curto prazo (dificuldade em lembrar factos aprendidos recentemente); o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo, perde a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstrato; pode começar a perder a sua memória semântica. Nessa fase pode ainda ser notada apatia, como um sintoma bastante comum. É também notada uma certa desorientação de tempo e espaço. A pessoa não sabe onde está nem em que ano está, em que mês ou que dia. Quanto mais cedo os sintomas forem percebidos e o tratamento mais eficaz é o tratamento e melhor o prognóstico.

Segunda fase (demência inicial)

Com o passar dos anos, conforme os neurônios morrem e a quantidade de neurotransmissores diminuem, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objectos (agnosia) e na execução de movimentos (apraxia).

A memória do paciente não é afetada toda da mesma maneira. As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita (memória de como fazer as coisas) não são tão afectadas como a memória a curto prazo. Os problemas de linguagem implicam normalmente a diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. Nessa fase, o paciente ainda consegue comunicar ideias básicas. O paciente pode parecer desleixado ao efetuar certas tarefas motoras simples (escrever, vestir-se, etc.), devido a dificuldades de coordenação.

Terceira fase

A degeneração progressiva dificulta a independência. A dificuldade na fala torna-se evidente devido à impossibilidade de se lembrar de vocabulário. Progressivamente, o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas diárias. Durante essa fase, os problemas de memória pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus parentes e conhecidos. A memória de longo prazo vai-se perdendo e alterações de comportamento vão-se agravando. As manifestações mais comuns são a apatia, irritabilidade e instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade ou resistência à caridade. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas relacionados. Incontinência urinária pode aparecer.


Quarta fase (terminal)

Durante a última fase do Mal de Alzheimer, o paciente está completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem está agora reduzida a simples frases ou até a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. No entanto, a agressividade ainda pode estar presente, e a apatia extrema e o cansaço são resultados bastante comuns. Os pacientes vão acabar por não conseguir desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda. A sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama; perdem a capacidade de comer sozinhos. Por fim, vem a morte, que normalmente não é causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro fator externo (pneumonia, por exemplo).

Conclusão

Papai está na terceira fase...

Não me reconhece mais e muitas vezes se mostra agressivo comigo. Já apareceu a incontinência urinária.

Confesso que tive vários momentos de raiva, desespero, angústia, vontade até mesmo de desaparecer, para não me deparar com o que papai se transformou. É você ir para um restaurante e durante o jantar o seu pai lhe perguntar a mesma coisa infinitas vezes.

Foram muitas e muitas minhas crises de choro, que mais pareciam um grito da minha alma, que extravasava em forma de lágrimas. Mas depois vêm as lembranças...

Os momentos que minha família passou junto e as grandes histórias.

Pai, escrevi esse texto pensando em você. Como se quisesse fazê-lo lembrar o quanto o amo e o quanto o admiro.

Lembro sempre você me falando poemas e frases de Augusto dos Anjos. Seu conterrâneo...

A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança”.

Sem censura.


6 comentários:

Daniel disse...

Minha mãe tbm tem o mal-de-alzheimer e não é fácil conviver com isso! Com todas as dificuldades me sinto um homem feliz por estar ao lado dela e a ajudando de todas as formas. Peço a Deus que ele renove a nossa corajem até o dia que ele quiser! Valeu cara! Felicidades!

Rui Alves Gomes de Sá disse...

Valeu pelo carinho e pelo correio !
Abs,
Rui

Márcia Uchôa disse...

Rui "navegando" na internet à procura de textos sobre o
Mal de Alzheimer encontrei o seu. Meu interesse? Acho que minha mãe de 83 está iniciando o processo. Abs, Márcia Uchôa

Rui Alves Gomes de Sá disse...

Nesse momento temos de fazer com que o amor que sentimos por eles nos deem forças para passarmos muito carinho e tranquilidade.
Abs,
Rui

Unknown disse...

Rui agradeço por conhecer um pouco da sua experiência, a minha mãe tem, e eu rogo a deus todos os dias força pra nunca desistir dela e muito amor pra que ela não sofra com nada,obrigada por estar me ajudando.

Vânia disse...

Tenho 22 anos. Quando nasci, meu pai já tinha 54, ou seja, ele hoje já é um idoso de 76 anos (completados no último dia 28).
Meu pai, durante sua vida, fumou, bebeu, se alimentou mal, ñ teve oportunidade de estudar (fatores que, como sabemos, levam a uma maior propensão ao alzheimer). Ele foi diagnosticado com a doença há dois anos. Hoje, ainda anda, fala, se alimenta sozinho, tem apenas lapsos de memória recente e repete as falas. Também deixou de realizar tarefas complexas, como pagar contas. O restante ainda ñ foi mto afetado.
No início, o médico receitou Exelon (rivastigmina). Porém, pesquisando melhor, descobri que os medicamentos pra Alzheimer apenas amenizam os sintomas (ñ tratando a causa da doença).
Encontrei na FITOTERAPIA uma esperança para ele. Sempre buscando soluções alternativas para essa condição, descobri que DIVERSOS FITOTERÁPICOS TÊM SE MOSTRADO EFICAZES NO TRATAMENTO DO ALZHEIMER, DE ACORDO COM PESQUISAS CIENTÍFICAS SÉRIAS. Dentre eles, a CANELA e a CÚRCUMA (potentes antiinflamatórios que atuariam dissolvendo o emaranhado de proteínas beta-amilóides que se formam no cérebro de dementes), a CHLORELLA (um tipo de alga que age fazendo “terapia de quelação”, ou seja, eliminando os metais tóxicos do organismo, que, segundo pesquisas, também podem ser uma das causas do alzheimer), o AZEITE EXTRA VIRGEM (que dissolveria no cérebro de pacientes com demência as proteínas “tau”, também vistas como possíveis causas da doença), o ÔMEGA 3 (que, comprovadamente, protege o sistema nervoso, evitando e retardando o avanço do alzheimer), O SUCO DE MAÇÃ (cujas substâncias também seriam capazes de diminuir o número de placas de proteínas maléficas do cérebro dos idosos), A CASTANHA DO PARÁ (cujo selênio, um potente antioxidante, além de proteger as células nervosas e evitar o avanço da doença, também está sendo estudado como passível de revertê-la), e o ÓLEO DE CÔCO (que, segundo um famoso médico ortomolecular, dr. Rondó, teria a capacidade de servir como um combustível para o cérebro de idosos e reverter completamente a doença).
ACREDITO MUITO NA FITOTERAPIA. Como já dizia Hipócrates, “que teu alimento seja teu remédio”. Eu não tenho dúvidas de que há algum efeito positivo em todos estes suplementos naturais que estou implementando, pois a doença do meu pai está estabilizada há algum tempo. Por isso, fica o meu conselho: os fitoterápicos, se bem ñ fizerem, mal também ñ vão fazer, desde que não haja exagero. Converse com o médico de seu ente com alzheimer e não deixe de ter fé. Um abraço.